Do conjunto de têxteis do Museu, a obra mais importante é um pluvial com os respetivos capuz e firmal. O seu tecido, em fio de seda amarela e carmim e fio laminado dourado, é quinhentista e de provável fabrico espanhol. A decoração apresenta ornamentação vegetalista, numa padronagem de troncos, folhas e flores, delineando uma rede de malhas ogivais. Mas o mais valioso elemento do conjunto é o precioso sebasto bordado a seda policroma e fio laminado dourado e prateado. Datando todo o conjunto do século XVI, o sebasto é de provável produção flamenga e contém as representações, em duas filas paralelas, de várias figuras, não identificadas, mas entre as quais se encontrarão os apóstolos. Destaque, ainda, para uma casula e respetiva estola, do século XVIII, tecidas em seda branca bordada a fio dourado, cujos motivos decorativos ostentam estilizações de folhagens e flores, destacando-se destas a presença da espiga de trigo, alusiva ao Mistério da Eucaristia. Uma outra casula, de origem persa, provavelmente datada do século XVI, é também motivo de evidência, tecida em seda em tons carmesim e com uma faixa vertical central verde-clara.
Para além destes elementos de paramentaria religiosa, destacamos ainda um exemplar de tapete persa, possivelmente do século XVIII, oriundo da Igreja Matriz de Gimonde e o conjunto de véus de cálice / teses canónicas, com impressão tipográfica sobre seda natural branca, azul, verde, carmesim e amarela, sendo datados, alguns deles, de Salamanca e Coimbra de entre 1692 e 1771.